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sábado, setembro 20, 2003

"ZX SPECTRUM" 

Aviso prévio "à navegação": o tema de hoje refere-se à "pré-história" (!); ainda nesta "onda" revivalista, desafia-me o Ricardo a recordar os jogos da nossa infância/adolescência, no ZX Spectrum (o "nosso" primeiro computador!).
Então, vêm-me à memória, nomes como: (i) Space invaders; (ii) Chequered flag; (iii) Football manager; (iv) Jet set willy; (v) Match point; (vi) o grande êxito Chuckie egg (os primeiros níveis eram muito fáceis, mas depois... a mensagem recorrente era "out of time"); e (vii) o "clássico dos clássicos", Ms Pacman!
Lembram-se que estes jogos eram "carregados" a partir de fitas de cassetes normais de gravação de música; que demoravam uma eternidade (3 a 5 minutos) e, quantas vezes o processo terminava com um frustrante e desesperante "tape loading error"?
[280]

"HERÓIS DA BD" (VI) - SUPERMAN  

Surgiu pela primeira vez em Junho de 1938, tendo feito a capa do primeiro número da revista “Action Comics”. Os seus autores são Jerry Siegle (texto) e Joe Schuster (desenho).
Viria a ser o primeiro de uma vastidão de super-heróis dotados de poderes fantásticos.
“Não é um avião, nem um pássaro, mas apenas o Super-Homem”, um nativo de Krypton enviado para o espaço pelos pais, antes da destruição do seu planeta, que combina de forma hábil os seus super-poderes com uma vida discreta sob a identidade de Clark Kent, um jovem modesto e tímido que trabalho no jornal Daily Planet.
O super-herói viria a ser relançado com a primeira longa-metragem, em 1978, com Christopher Reeves.
[279]

1937 – GUERNICA 

“Cidade do País Basco espanhol, é bombardeada, a 26 de Abril, por uma esquadrilha alemã ao serviço dos franquistas. É o primeiro grande bombardeamento de população civil da história. O ataque causa 1 500 vítimas. Pablo Picasso imortaliza na tela o sofrimento do povo basco.”
[278]
sexta-feira, setembro 19, 2003

"HERÓIS DA BD" (V) - LUCKY LUKE 

Criação de Morris, o “cowboy que dispara mais rápido que a sua própria sombra” e que parte a cantar rumo ao pôr-do-sol surgiu pela primeira vez no Natal de 1946, com a primeira aventura “Lucky Luke, Arizona 1880” a ser editada na revista belga “Spirou”; apenas iniciando contudo a sua carreira regular em Junho de 1947, com “A Mina de Ouro de Dig Digger”.
Em 1949, Morris partiu para os EUA, onde viveu durante alguns anos, tendo conhecido René Goscinny; após o regresso de ambos à Europa, passaram a colaborar no desenvolvimento das aventuras de Lucky Luke. Em 1968, transfere-se da “Spirou” para a “Pilote” (dirigida a um público mais adulto), embora procurando evitar sempre a violência (e, numa atitude "politicamente correcta", tendo mesmo deixado de fumar…).

P.S. Mais agradecimentos, ao Sobre tudo e sobre nada e ao Assembleia.
[277]

RECORDAR… É VIVER 

Ainda nos "desenhos", mas desta vez nos "animados", porque será que todos os meus “contemporâneos” se recordam “perfeitamente” da Heidi, do Marco (há quem, passados mais de 20 anos, saiba trautear a música!), da Abelha Maia (claro), do Vicky o Viking, dos Flinstones, do Calimero, dos filmes búlgaros e checoslovacos do Vasco Granja (no “Animação2” – era assim que se chamava? – às vezes também havia filmes canadianos!), mas ainda não consegui encontrar “ninguém” (!) que se lembre de um dos meus favoritos, que se chamava “Roman Holidays” (talvez por serem curtos episódios, de cerca de 5 minutos e que, salvo erro, passavam principalmente na RTP2 – era a história de uma família “romana”: pai, mãe, filho, filha e, como “bicho de estimação” doméstico, um "leãozinho" ternurento, mas um pouco desastrado; lembro-me que “circulavam” pelas estradas de quadriga…)? Haverá por aí alguém que tivesse visto estes “desenhos animados” , na segunda metade dos anos 70?

P.S. Graças à Catarina, que fez a pesquisa, podem ver aqui então os "famosos" Roman Holidays!!!

P.S.2 - Entretanto, apurei novas informações: trata-se de uma séria criada pela dupla Hanna e Barbera (os mesmos criadores dos Flinstones), apenas tendo sido produzida de 1972 a 1973; essencialmente, trata-se de uma “adaptação” dos Flinstones, tendo por cenário a Roma antiga (63 D.C.), centrada em Gus Holiday, um operário na construção do Fórum Romano, e na sua família; o "leãozinho" chamava-se “Brutus” (nome que em nada condizia com o seu carácter de “mansidão” e ternura…).
[276]

“ÓSCARES DO DESPORTO”  

A próxima cerimónia de entrega dos “Prémios Laureus”, conhecidos como os “Óscares do Desporto”, decorrerá em Lisboa, de 8 a 11 de Maio de 2004, no Centro Cultural de Belém – saindo pela primeira vez do Mónaco –, conforme anunciado ontem, em cerimónia na qual, para além do presidente da “Academia”, participaram também o antigo campeão olímpico de 400 metros barreiras (Edwin Moses – que manifestou recentemente a sua intenção de regresso à competição, quando se aproxima dos 50 anos…), o antigo campeão mundial de Fórmula1, Emerson Fittipaldi, para além dos portugueses Rosa Mota e Luís Figo, entre outras figuras ilustres do desporto.
Em simultâneo com a gala da entrega dos prémios, terá lugar uma angariação de fundos a favor das crianças desfavorecidas.
[275]

1936 – TARRAFAL  

“Começa a funcionar, em Cabo Verde, este campo de concentração para presos políticos, conhecido como “campo da morte lenta”.”
[274]

1936 – ABDICAÇÃO DE EDUARDO VIII 

“Nomeado rei por morte de Jorge V, abdica do trono britânico para casar com a milionária americana Wallis Warfield Simpson, divorciada, depois de o Governo ter reafirmado a sua oposição ao matrimónio.”

“Notícias do Milénio”, publicação dos jornais do “Grupo Lusomundo”, Julho de 1999
[273]

quinta-feira, setembro 18, 2003

"RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PELO BEM COMUM" (II) 

Como o prometido é devido, volto às “grandes linhas” da carta pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa.
Nesse documento, na sequência do “diagnóstico” dos chamados “pecados sociais”, são enumerados os grandes princípios da doutrina social da Igreja:
- Primado da pessoa humana sobre as instituições sociais
- Busca do bem comum como horizonte da vida social
- Solidariedade no bem comum
- Subsidiariedade como defesa e promoção da pessoa e da sociedade civil


Mais adiante, é abordada a aplicação desses mesmos princípios a algumas áreas do “bem comum”:
- Trabalho digno, justo e reconhecido.
- Os media ao serviço do bem comum.
- O bem comum e a defesa do ambiente.
- Os acidentes na estrada e o bem comum.
- A responsabilidade comum pelos impostos.
- Saúde e bem-estar da comunidade.
- A educação ao serviço de todos.


Em conclusão, apela-se a “todos os cidadãos, aos católicos e a todos os que partilham os princípios éticos da doutrina social da Igreja”, que promovam o bem comum, renovando nomeadamente os “seguintes dinamismos”:
- da esperança contra os pessimismos,
- da confiança contra os derrotismos,
- da participação contra os passivismos,
- do empenhamento responsável no bem comum contra os refúgios nos individualismos,
- da paz contra os terrorismos, conflitos e guerras,
- do cuidado pelo ambiente contra os desastres ecológicos e comportamentos irresponsáveis,
- da solidariedade e da subsidiariedade contra os egoísmos e injustiças
.

P.S. Mais um agradecimento, à Catarina, que sabe que a leio desde o dia 28 de Junho (1º dia em que conheci a "blogosfera" e "inaugurei" o aaanumberone).
[272]

"HERÓIS DA BD" (IV) - CORTO MALTESE 

Criação de Hugo Pratt, Corto Maltese, o aventureiro dos mares, é um corsário dos tempos perdidos, tendo surgido pela primeira vez na revista italiana “Sgt. Kirk”, em Julho de 1967 (em “A Balada do Mar Salgado”, não assumindo ainda o papel de protagonista).
Na história da vida de “Corto Maltese” (segundo a ideia do seu criador italiano), nascia em 1887 em Malta, de mãe cigana e pai marinheiro da Cornualha, tendo vivido as suas variadas aventuras nos quatro cantos do mundo, até desaparecer obscuramente durante a Guerra Civil de Espanha; este final nunca viria a ser escrito nem desenhado, dado o despararecimento de Pratt em 1995.

P. S. Novos agradecimentos, ao Tolentino e ao Galo de Barcelos.
[271]

RESPONSABILIDADE SOCIAL 

Começa hoje o primeiro site português cuja temática é a responsabilidade social das empresas ("uma gestão norteada por objectivos relacionados não só com os proveitos, tal como era antigamente, mas também com uma preocupação com o planeta e com as pessoas"), desenvolvido pela Saír da Casca.
[270]


1936 – 39 – GUERRA CIVIL DE ESPANHA 

“A vitória eleitoral da Frente Popular (com republicanos e comunistas) não agrada aos “nacionalistas” da Renovação Espanhola, de José Calvo Sotelo, aos monárquicos e ao exército. Falangistas matam um tenente da força policial republicana. Em represália, é assassinado Calvo Sotelo. Inicia-se uma rebelião militar em Melila, que se estende a toda a Espanha. Forma-se em Burgos uma junta militar, com o apoio de Hitler, Mussolini e Salazar (alguns portugueses envolvem-se militarmente, sob a designação “Os Viriatos”). URSS, México e muitos estrangeiros agrupados nas Brigadas Internacionais apoiam a Frente Popular. O conflito (causador de 800 mil mortos) salda-se pela vitória dos nacionalistas. O generalíssimo Franco assume a chefia do Estado até morrer, em 1975.”
[269]

"Entrada do dia" (Quarta) - Retorta 

“Educação e cidadania”
“Hoje a minha filha mais velha iniciou o 2º ciclo de escolaridade. Vai para uma escola pública e começa dessa forma a sua aprendizagem do mundo e da cidadania num ambiente mais real.
Não posso esconder as minhas inquietações face a esta nova etapa. Não são tanto as questões da insegurança que me preocupam (embora ninguém hoje possa estar livre delas), mas mais o seu crescimento como ser humano e cidadã.
Inquieta-me muito mais que a escola possa ser apenas um lugar onde se apele à memorização de factos inúteis, e que apenas se procure fazer sair alunos com a escolaridade mínima concluída, sem se preocupar se estão realmente preparados para serem úteis para a sociedade e satisfeitos com o seu crescimento como pessoas.”


Pode ler o texto completo no Retorta.


quarta-feira, setembro 17, 2003

"HERÓIS DA BD" (III) - BLAKE E MORTIMER 

Criação de Edgar Pierre Jacobs, publicada pela primeira vez em 1946 (“O Segredo do Espadão”, com os heróis capitão Francis Blake e o professor Philip Mortimer), no primeiro número da revista “Tintin”; viria a ser retomada, após a morte do autor, em 1987, pelas duplas Van Hamme/Ted Benoît (texto/desenho – a partir de 1993) e Yves Sente/André Julliard.
[268]

"RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PELO BEM COMUM" (I) 

A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou ontem uma carta pastoral com a denominação "Responsabilidade solidária pelo bem comum", na qual é traçado um diagnóstico bastante detalhado da situação da sociedade portuguesa.
Começa assim:

"Criado por Deus para a felicidade, o ser humano encontra na sua dedicação ao bem da comunidade em que se insere os meios para realizar essa felicidade pessoal e social.

A crise que atinge o nosso mundo e, em particular, o nosso país e o espaço europeu em que se situa, não é apenas uma crise económica mas também, e sobretudo, uma crise espiritual e moral.

Ao olharmos o nosso país, com os problemas que o atravessam, na perspectiva da edificação de uma sociedade solidária, identificamos algumas atitudes e linhas de comportamento, a que podemos chamar “pecados sociais” e que exigem uma conversão à solidariedade responsável na construção do bem comum:

a) os egoísmos individualistas, pessoais e grupais, sem perspectiva do bem comum mais global;

b) o consumismo, fruto de um modelo de desenvolvimento, fomentado pelos próprios mecanismos da economia, que gera clivagens entre ricos e pobres e gera insensibilidade a valores espirituais;

c) a corrupção, verdadeira estrutura de pecado social, que se exprime em formas perversas, violadoras da dignidade humana e da consciência moral pelo bem comum;

d) a desarmonia do sistema fiscal, que sobrecarrega um grupo, e pode facilitar a irresponsabilidade no cumprimento das justas obrigações;

e) a irresponsabilidade na estrada, com as consequências dramáticas de mortes e feridos, que são atentado ao direito à vida, à integridade física e psicológica, ao bem-estar dos cidadãos e à solidariedade;

f) a exagerada comercialização do fenómeno desportivo, que tem conduzido à perda progressiva do sentido do “jogo” como autêntica actividade lúdica, e a falta de transparência nos negócios que envolvem muitos sectores e profissionais dalgumas áreas do desporto;

g) a exclusão social, gerada pela pobreza, pelo desemprego, pela falta de habitação, pela desigualdade no acesso à saúde e à educação, pelas doenças crónicas, e que atinge particularmente as famílias mais carenciadas, as crianças e as pessoas idosas, e determinados grupos sociais.

Os “pecados sociais” têm a sua origem primeira no coração da pessoa, quando exclusivamente fechada no seu egoísmo, sem qualquer abertura aos outros seres humanos. Podem concretizar-se em sectores vitais da sociedade, como a família, a escola e os meios de comunicação social, quando se demitem do seu papel de participar na construção do bem comum, respeitando a dignidade do ser humano.
Para contrariar ou combater estes “pecados sociais” exige-se a educação nos valores, o gosto do bem comum, a generosidade como atitude social, a paixão por um Portugal melhor."


Havemos de lá voltar...
[268]

1935 – SONDAGENS DE OPINIÃO 

“O americano George Horace Gallup, especialista em estatísticas, cria o primeiro instituto de sondagens de opinião.”
[267]

terça-feira, setembro 16, 2003

"HERÓIS DA BD" (II) - BATMAN 

As primeiras histórias foram desenhadas em 1939 por Bill Finger (argumento) e Bob Kane (desenho) – publicadas na revista Detective Comics –, entretanto substituído por Jerry Robinson (o criador de Robin, o jovem companheiro de Batman, a partir de Maio de 1940).
Em meados dos anos 80, Frank Miller viria a relançar de forma fulgurante a personagem, tendo vindo a dar origem a um filão cinematográfico, com a primeira longa-metragem de Tim Burton, em 1989.
O homem-morcego, criatura nocturna e lunar, escondendo a sua identidade na figura do milionário Bruce Wayne, tinha por objectivo uma “missão quase impossível”: “fazer frente” ao Superman, personagem criada em 1938.
Depois de assistir ao assassínio dos pais numa das ruas de Gotham City, jura dedicar a sua vida à luta contra o crime.
Contrariamente aos restantes super-heróis, não tem poderes sobrenaturais; combate os adversários ("The Penguin", "Catwoman" e o "Joker") apenas com a sua força física, coragem e inteligência, dispondo, não obstante de uma gama de recursos tecnológicos, como o "Batmóvel" e o "Batavião".
[266]


CURIOSO! 

Recebido por mail:

"De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoê pdoe anida ler sem gnderas pobrlmeas. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
Cosiruo não?"


P. S. - Mais agradecimentos, ao Almocreve das Petas e ao 300 000.
[265]

1934 – 37 – PURGAS NA URSS 

“O assassinato de Kirov, secretário do comité central do PC da URSS, dá pretexto a Estaline para uma gigantesca purga dos chamados “inimigos do povo”, entre os quais figuram líderes históricos da revolução, como Kamenev e Zinoviev.”
[264]

"Entrada do dia" (Segunda) - Desejo casar 

“Post diário”
"Acabei de entregar a tese na faculdade, agora já não há nada a fazer. Encontro os colegas e recebo telefonemas amigos, de quem já passou por estas coisas, a felicitar e a dizer "então, agora é que vai ser, agora não mais ditadura da biblioteca e do papel". mas a única sensação que tenho é só esta: mas então o que é que vou fazer amanhã? Estava tudo tão organizadinho, com calendários feitos e refeitos mil vezes, com capítulos repartidos nas agendas, com a pilha dos livros na mesa da sala, na mesa do escritório, no chão, na faculdade... Agora fiquei sem vida. Tenho de beber umas caipiroskas e, à boa maneira americana, olhar displicentemente para trás e dizer I'll get a life... Starting tomorrow."


segunda-feira, setembro 15, 2003

“HERÓIS DA BD” (I) – ASTÉRIX 

Quem não seja visitante assíduo desta página, não terá porventura ainda conhecimento da estrutura que tenho procurado manter ao longo das últimas semanas: para além dos temas “quotidianos”, em cada semana é desenvolvida uma temática específica; desde a apresentação de um livro (sendo o caso mais recente o da “Mensagem”), à “visita” a cada um dos novos países-membros da União Europeia (tendo sido já “visitados” o Chipre e a Eslováquia), passando pela “semana da história” e, a partir de hoje, a semana de “tema livre”.
A começar, o primeiro “tema livre” será o dos “Heróis da BD”, com uma breve resenha sobre os seus criadores e a “história” da sua publicação. Hoje, a dar o “pontapé de saída”, Astérix.

Criado em 1959 por René Goscinny (argumentista) e Albert Uderzo (desenhador), surgiu na revista “Pilote”; o primeiro álbum, “Astérix, o Gaulês”, apenas foi editado em 1961. Após a prematura morte do primeiro, em 1977, Uderzo assumiu a continuação das aventuras.
O pequeno e simpático gaulês, antepassado do francês contemporâneo, acompanhado de Obélix (com os seus poderes resultantes da queda no caldeirão da poção mágica, na sua infância, e o seu insaciável apetite por javalis) e Panoramix, travará intermináveis querelas com os exércitos romanos de “Julius César”, que, em 50 A.C. “ocupavam toda a Gália, excepto a pequena aldeia que continuava ainda e sempre a resistir”. Viria a dar origem já a duas longas-metragens com actores “de carne e osso” (nomeadamente com Gérard Dépardieu e a belíssima Laetitia Casta).

P.S. Passaram a integrar a lista dos "Recomendados", o Campo de afectos, o Lamentos de um Pessimista e o Pessoal e... transmissível.
[263]

GUINÉ-BISSAU – PAÍS DE FUTURO (II) 

A chegada a Bissau – para quem contactava pela primeira vez com a realidade africana – foi um “choque”, começando pelo clima tropical (um “bafo” extremamente quente, à saída do avião, no início de Janeiro, com o "ar pesado" devido ao elevado nível de humidade), pelas sumárias “infra-estruturas” do aeroporto; a primeira visita à cidade de Bissau não deixou de ser uma experiência “enriquecedora”: a singeleza da cidade, os seus edifícios degradados, em contraste com a “agressiva” dinâmica do trânsito automóvel (talvez com cerca de 60 % de “táxis”) e com a imensidão de gente que se acumulava à beira da estrada (entre o aeroporto e a cidade) e no “Mercado do Bandim” (se bem me lembro do nome), vendendo de tudo um pouco (principalmente produção agrícola básica, nomeadamente frutas tropicais).
Mas, ao mesmo tempo, a simpatia calorosa do povo guineense, a sua “reverência” para com os portugueses e o instinto de “portugalidade” que transportavam ainda (durante a semana, era fácil ouvir em espaços públicos a RDP Internacional; ao fim-de-semana, toda a gente vibrava com os relatos de futebol; na segunda-feira, discutiam-se as exibições do Benfica, Porto e Sporting como em qualquer localidade portuguesa…).
Um povo que aparentava contentar-se com pouco; não dispondo de uma infinidade de recursos materiais que temos normalmente no nosso dia a dia, mas, não obstante, um povo “feliz”. A esplanada da “Baiana”, numa das principais praças (“Che Guevara”, mesmo ao lado da EAGB) era o ponto de encontro da comunidade portuguesa, assim como o restaurante “Asa Branca” (se bem me recordo dos nomes, a esta distância temporal). Havia até uma discoteca “Kapital”!

A Guiné era um país absolutamente tranquilo, onde era possível, sem qualquer tipo de receio, andar sozinho na rua à noite (por exemplo, na estrada que ligava o aeroporto à cidade, tendo o Hotel a “meio do caminho”), sem qualquer iluminação pública, ou seja, completamente às escuras.
Nada indicava que, cerca de um mês depois, fosse desencadeada uma guerra, nunca completamente esclarecida, mas que terá sido despoletada tendo por motivação a defesa de interesses de um conjunto de militares. Foi um processo doloroso, em que a Guiné terá sofrido grande destruição.
Procurou-se depois instaurar um regime democrático, mas o processo tem sido muito complexo, desde logo com as divergências entre o primeiro-ministro do governo de transição e o Presidente da República (Kumba Ialá) e, mais tarde, com a morte do líder dos revoltosos de 1998 (Ansumane Mané).
Passaram cinco anos. Em que o país esteve “parado”. Um compasso de espera demasiado longo para quem tem tanto (quase tudo) por fazer.

Ontem, novo “golpe de Estado”, como sempre partindo dos militares; que interesses estarão na sua base? Quais os seus objectivos e consequências? Haverá condições para a realização de eleições minimamente livres? Poderemos esperar alguma evolução na democracia guineense no curto prazo?
Para que a Guiné-Bissau possa vir a singrar no contexto dos países da África Ocidental, para que seja um “país de futuro”, é absolutamente imprescindível (passe o pleonasmo e a evidência que se segue) que possa ser “bem governada”; não dispondo de particulares recursos naturais, é essencial que a cooperação internacional seja utilizada em proveito de todos os guineenses e do real desenvolvimento do país. É fundamental que haja estabilidade política que permita criar as condições para atrair o investimento estrangeiro. Não será uma tarefa fácil, mas depende principalmente dos guineenses!
[262]

GUINÉ-BISSAU – PAÍS DE FUTURO (I) 

Estive na Guiné-Bissau no ano de 1998, por duas vezes, nos meses de Janeiro e Abril (regressei cerca de um mês antes do “golpe de Estado” de Ansumane Mané), prestando colaboração profissional na EAGB – Electricidade e Águas da Guiné-Bissau, em missão ao serviço do Banco Mundial.
O Banco Mundial concedera financiamento ao Estado da Guiné-Bissau, a afectar especificamente ao investimento em infra-estruturas de distribuição de água e energia eléctrica. A missão seria recorrente, caso não se tivesse seguido uma época conturbada na história do país, com a paralização quase integral da economia, que terá levado a que o Banco Mundial tivesse de vir a perdoar a dívida.
No segundo semestre de 1998, e também na primeira parte de 1999, as instituições bancárias na Guiné-Bissau estiveram inoperacionais; na época, foi Cardoso e Cunha (antigo Comissário Europeu e depois responsável de primeira linha na EXPO98) que investia numa fábrica de cervejas, a qual viria a funcionar como “banco”, pela intermediação que proporcionava, a nível da disponibilização de fundos.

A EAGB reflectia um pouco a realidade do país: fora dirigida nos anos anteriores por responsáveis franceses (da EDF – Electricité de France), que haviam contribuído para que a empresa se organizasse e equipasse, nomeadamente, em termos administrativos, a nível informático, mas com elevados custos decorrentes das “comissões de gestão” impostas. Encontrava-se em processo de reestruturação, com avultados investimentos em grupos geradores eléctricos (operando a fuel/gasóleo, uma fonte de produção de energia extremamente dispendiosa, uma vez que, na ausência de barragens, o país não dispunha de produção hidro-eléctrica) e em infra-estruturas de distribuição de água.
A gestão francesa acabara de partir (a meio de 1997) e deixara os guineenses um pouco “entregues à sua sorte”. Previa-se a abertura de um processo de privatização da empresa, ao qual se supunha viessem a concorrer, pelo menos, a EDP (portuguesa) e a EDF (francesa); projectos que ficaram adiados.
Os franceses tinham uma presença importante, inclusivamente a nível cultural, mas os resultados da sua intervenção não eram efectivamente visíveis. Podia talvez sublinhar-se como intervenção mais “desinteressada” a cooperação prestada pela Suécia.
As infra-estruturas do país, não obstante os então recentes investimentos em curso, transitavam ainda, em larga medida, da época colonial; o país parecia ter parado nos últimos 25 anos, com traços visíveis de degradação, nomeadamente nos próprios edifícios mais importantes de Bissau.
[261]


1934 – 36 – LONGA MARCHA 

“Guerrilheiros comunistas chineses, liderados por Mao Zedong, iniciam a 16 de Outubro de 1934 a Longa Marcha (12 mil quilómetros), para evitar o aniquilamento pelas tropas de Chang Kai-Chek. Quando a marcha termina, após intermináveis sofrimentos por acção natural e humana, apenas sobrevivem 30 mil dos 130 mil participantes iniciais. A partir desse pequeno núcleo de sobreviventes, Mao edifica um poderoso exército que, com forte apoio popular, sobretudo nas regiões rurais, combate com êxito as tropas invasoras japonesas e, depois da derrota destas, o regime nacionalista de Chang Kai-Chek. A vitória final acontece em 1949, com a proclamação da República Popular da China.”
[260]

"Entrada do dia" (Domingo) - Esquina do Rio 

"Canções"
“As grandes canções são como short-stories que davam grandes filmes. Mas a maior parte das boas canções acaba por ficar como bandas sonoras de momentos das nossas vidas. Únicos. Pego no alfabeto e de entre as que começam por C, lembro-me de «Come On Eileen», dos Dexys Midnight Runners.”

domingo, setembro 14, 2003

PESSOA E OS SEUS HETERÓNIMOS 

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, no dia de Santo António de 1888, tendo, aos 8 anos, acompanhado os pais na sua ida para a África do Sul (Durban). Aos 15 anos, ganhou o prémio “Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança”.
Regressou sozinho a Lisboa, em 1905. Passou a trabalhar como tradutor e “correspondente estrangeiro em casas comerciais”, pois “ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação”; colaborou ainda com uma agência publicitária, entre 1925 e o ano da sua morte, 1935.
Em 1915, fundou a revista Orpheu, com Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros; em 1917, é lançado o número único da “Portugal Futurista” e, em 1921, a “Contemporânea”. Em 1924, com Ruy Vaz, dirige a “Athena”; em 1927, escreve para a “Presença”.
O único livro que publicou em vida foi a “Mensagem”, conjunto de poemas dedicados aos heróis nacionais e ao papel de Portugal no mundo, que viria a ser premiado pela Secretaria de Estado da Propaganda.
Pessoa “viveu” também pelos seus heterónimos, de que se destacam:

- “Alberto Caeiro” nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu praticamente toda a sua vida no campo; não teve profissão nem educação quase alguma, para além da instrução primária. Era de estatura média, e, embora frágil (morreu tuberculoso), não o parecia tanto; louro, sem cor, olhos azuis. Vivia com uma velha tia-avó. O mestre, guardador de rebanhos, era um filósofo.

- “Ricardo Reis” nasceu em 1887, no Porto, é médico, deslocado no Brasil desde 1919, devido às suas ideias monárquicas. É, muito ligeiramente, mais baixo, mais forte, mais seco, de um vago moreno. Educado num colégio de jesuítas, era um latinista por educação alheia e um semi-helenista por educação própria; cultiva Horácio e a tradição clássica.

- “Álvaro de Campos” nasceu em Tavira, em 1890, sendo engenheiro naval. É alto, magro, entre branco e moreno, vagamente do tipo de judeu português. Teve uma educação vulgar de liceu, tendo estudado engenharia na Escócia, primeiro mecânica e depois naval. O engenheiro futurista, cultor da máquina e do progresso, era o mais crítico.

P.S. Até sempre, Vítor Damas!
[259]



“TABACARIA” – FERNANDO PESSOA 

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu."


Álvaro de Campos, 15-1-1928
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Curiosidade 

Porque hoje é domingo (desta vez, uma pergunta fácil!): Qual a diferença entre a milha náutica e a milha terrestre?

REVISTA(s) DA SEMANA 

Visão (11 Setembro)
”O Conselho Superior da Magistratura já decidiu: Rui Teixeira mantém-se à frente do processo de pedofilia da Casa Pia. A decisão foi tomada por maioria dos magistrados presente, com doze votos a favor e três contra.
Está aí uma nova vaga de calor. Com ela voltaram também os incêndios. Algumas zonas do País debatem-se com chamas. Há aldeias e vilas ameaçadas. Como é possível que os fogos lavrem mal o mercúrio sobe nos termómetros? É normal haver uma «época de fogos», tal como existem a época balnear e a de caça? Portugal aprendeu com a calamidade de há um mês? Que futuro para a nossa floresta? Quem é responsável?
Os atentados de 11 de Setembro de 2001 mudaram o mundo, agora um sítio mais perigoso para se viver. Em dossier encontrará, sob a forma de texto e imagem, tudo o que precisa para recordar o que aconteceu, há dois anos, e compreender os processos que se desencadearam desde então.
A detentora da pasta dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Lindh, morreu vítima de atentado sofrido, tendo sido esfaqueada por um desconhecido num centro comercial de Estocolmo.”


Weekly Standard (15 Setembro)
A oposição de Donald Rumsfeld ao aumento do número de tropas no Iraque força a administração Bush a dialogar com as Nações Unidas, solicitando o apoio de forças internacionais. Mas o envio de tropas internacionais pode tornar-se difícil… e os EUA necessitarão continuar a mobilizar forças e suporte financeiro.

Newsweek, Time, U. S. News & World Report (15 Setembro)
Marcando o segundo aniversário dos ataques terroristas de 11 de Setembro, as revistas escolhem diferentes perspectivas.

A Newsweek lista os nomes dos 433 americanos mortos na guerra ao terror desde os ataques, apresentando breves retratos de alguns deles. Noutro artigo, diversas viúvas descrevem a tomada de conhecimento da morte dos maridos.

A Time procura analisar as ligações da A. Saudita ao “terror islâmico”; referindo que o governo prendeu mais de 200 suspeitos de pertencer a Al-Qaeda, por outro lado, reporta também o suporte financeiro dado pelo país a instituições internacionais dedicadas à promoção do Wahhabismo, em locais tão díspares como o Kosovo e Cambodja. Um oficial norte-americano confirma que “quase certamente”, haverá dúzias de agentes da Al-Qaeda no Iraque.

A U. S. News interroga “Estamos mais seguros?” e avalia a guerra contra o terror. Osama Bin Laden continua “à solta”, apesar de muitos outros operacionais da Al-Qaeda terem sido capturados. Mas a guerra no Iraque e o caos que se lhe seguiu pode tornar-se um “convite” a um novo cenário de operações da Al-Qaeda. Outros problemas: a carga aérea ainda é insuficientemente vistoriada e, em muitos estados, os fundos escasseiam para as actividades de controlo e segurança (como a dos bombeiros).

Pode ver mais aqui.

Conheça também o "blogue" de um soldado integrante de força de paz da ONU, em missão nos Montes Golan, entre Israel e a Síria.
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1934 – UNIÃO NACIONAL  

“O partido único que sustenta o regime reúne o primeiro congresso, no mesmo ano em que se realiza, no Porto, a Exposição Colonial, de que é comissário o capitão Henrique Galvão.”
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1934 – GREVE GERAL 

“A primeira na história dos EUA, iniciada pelos estivadores de São Francisco, que recebem o apoio de vastos sectores profissionais. A greve termina com a vitória dos trabalhadores.”
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