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sábado, agosto 09, 2003

A EUROPA DAS LÍNGUAS (VI) 

"Embora estas tentativas tenham sido numerosas limitar-me-ei ao esperanto, dado a conhecer por Zamenhof em 1887, e que, se não foi a primeira nem será a última tentativa, é sem dúvida aquela que conseguiu a maior difusão.

Zamenhof concluiu que no nosso tempo era imprescindível dispor de uma língua de comunicação internacional e que esse papel não podia ser representado por nenhuma das línguas já existentes porque todas tinham implicações culturais e nacionais tão fortes que nenhuma delas conseguiria uma adesão generalizada. Era assim necessário inventar uma língua que, ao contrário das já existentes, apresentasse um máximo de racionalidade e de simplicidade de forma a que a sua aquisição fosse muito fácil. Zamenhof, que era um linguista distinto, não pretendeu inventar a língua da cabeça aos pés e tomou por modelo a estrutura básica do latim – portanto, das línguas românicas –, combinando-a com elementos tirados tanto das línguas germânicas como das eslavas e procurando integrar estes diferentes elementos num sistema claro e coerente que respondesse aos objectivos que pretendia alcançar.
A nova língua logo encontrou adeptos e também imitadores que tentaram melhorá-la com novas propostas de línguas internacionais auxiliares. Embora algumas destas propostas tenham conseguido alguma atenção, nenhuma alcançou a popularidade do esperanto, que cedo ganhou adeptos em todo o mundo.

Graças ao entusiasmo dos seus partidários, o esperanto não só se começou a utilizar para comunicações privadas como alcançou também um certo uso impresso em jornais e livros, tanto para passar informações como enquanto suporte de obras de criação literária originais ou traduzidas. Praticamente todas as grandes obras da literatura universal foram entretanto traduzidas para esperanto.

Passado um século e meio sobre a sua introdução, a verdade é que o esperanto, embora conserve nalguns países núcleos de partidários fiéis, não conseguiu os objectivos que pretendia alcançar.

E a ironia da história é que o inglês simplificado que se utiliza maioritariamente para essas funções apresenta algumas das características mais próprias do esperanto: simplicidade e ausência de conotações culturais sem que seja, porém, tão fácil de aprender."


“A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC)

P.S. Mais um agradecimento, ao iloveamerica.
[144]

1908 – REGICÍDIO 

"A família real é alvo de um atentado, em que morrem o Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe. D. Manuel II sobe ao trono apenas com 18 anos."
[143]

sexta-feira, agosto 08, 2003

"CARTA ABERTA" 

É impressionante como as mais opostas sensações se podem confundir num mesmo momento (os tais “mixed feelings” de que já aqui falei há tempos)!
Não, desta vez, não é de “blogues” que se trata…
Como escrevia há dias, as pessoas que escrevem nos “blogues” têm ocupações, têm profissões, têm “carreiras”.
E, quando o trabalho é desenvolvido em equipa, geram-se, diria diariamente, trocas enriquecedoras entre os membros do “grupo de trabalho” (esta é uma expressão muito usada no “futebolês”… mas perfeitamente aplicável no caso).
Reforçadas quando, no seio da equipa, temos alguém que, dia após dia, ao longo de 5 anos, nos apoia, nos proporciona o melhor dos seus esforços para contribuir decisivamente para o “sucesso” – que, sendo comum, acaba sempre por ser, sobretudo, “creditado” a quem “tem mais responsabilidades” ou experiência, a quem “dirige” a equipa –, assumindo e desempenhando na plenitude o papel de “braço direito”, proporcionando uma verdadeira “parceria”.
Hoje, o “braço direito”, pelo “crescimento” que sempre soube manter ao longo desta “caminhada”, ganhou o direito a assumir-se, “de corpo inteiro”, como um novo “líder”, de uma equipa que passará a ser “sua”, onde terá como maior responsabilidade – mas simultaneamente como desafio mais aliciante – fazer com que, nesse grupo, venha, um dia, a surgir um outro “novo líder”.
E, para finalizar, sendo um momento de “tristeza” por ver “partir” quem tão de perto nos acompanhou, lado a lado, neste percurso, é também um dos dias mais gratificantes da minha vida profissional.
Sem esquecer todos aqueles que dão também o seu melhor contributo diário – nem aqueles que tomaram, entretanto, outras opções profissionais –, não podia deixar de particularizar esta referência.
Um grande beijo de agradecimento e votos de muitos sucessos. “O futuro começa hoje mesmo”.
Já não direi: “Conto contigo”; mas continuarei a dizer: “Count on me!”.
Um “blogue” serve também (ou principalmente?) para “isto”!

P.S. Mais agradecimentos: ao desblogueador de conversa pela referência; trata-se de um “blogue” que, para além do bonito lay-out, tem sempre temas de interesse; além do mais, é um exemplo precisamente no que respeita à transparência, uma vez que (e é o único que conheço que o faz) indica claramente quem são os seus membros e quais as suas ocupações; ao How to learn Swedish in 1000 difficult lessons pela inclusão na sua lista de links (também um modelo, servindo de inspirador a muitos “blogues”; no caso – e claro, também depois de ler o socioblogue – levou-me à ideia de, em cada dia, “passar em revista” um ano do século XX).
[142]



A EUROPA DAS LÍNGUAS (V) 

"As línguas da Europa utilizam basicamente três alfabetos: o alfabeto grego, o latino e o cirílico. O grego é o mais antigo e, embora tenha sofrido alterações ao longo dos séculos, utiliza-se ainda na Grécia para transcrever a língua grega. Do alfabeto grego, os Romanos fizeram derivar o latino, adoptado pela Igreja ao longo da Idade Média e que foi aquele que se utilizou para conservar a cultura antiga em forma de manuscritos, o qual veio a ser utilizado posteriormente na imprensa. Nos países germânicos, a tradição manuscrita cristalizou no gótico – um alfabeto diferente, que ao longo do séc. XIX se foi abandonando em favor do latino, mais claro. A reacção nacionalista de Hitler impôs o uso obrigatório do alfabeto gótico, mas foi precisamente essa imposição e a sua conotação política que fizeram com que, acabada a guerra, se abandonasse o seu uso.
O alfabeto grego teve uma derivação quando, no séc. IX, os santos Cirilo e Metódio, evangelizadores dos países eslavos, inspirando-se nos caracteres gregos desenharam um alfabeto que julgaram adequado para representar a fonética eslava e que, de facto, se generalizou nestes países, estreitamente ligado à religião ortodoxa e, posteriormente, ao império dos czares. Com a União Soviética, perdeu estas conotações, mas continuou ligado à língua russa e à sua expansão, de tal modo que, quando os comunistas russos decidiram revitalizar as línguas minoritárias da URSS, mesmo várias que nunca tinham tido um uso escrito, impuseram o alfabeto cirílico para a sua transcrição.

Com excepção da Grécia, todos os outros países da União Europeia utilizam caracteres latinos e, portanto, o mesmo alfabeto, o qual não é exactamente o mesmo para todas as línguas pois há particularidades locais em princípio menores ou mesmo insignificantes, mas que na prática põem problemas às vezes graves."


“A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC)
[141]

1907 – CUBISMO 

"O espanhol Pablo Picasso dá início ao cubismo, com o quadro “Les Demoiselles d’Avignon”, que representa uma revolução artística."

“Notícias do Milénio”, publicação dos jornais do “Grupo Lusomundo”, Julho de 1999
[140]

quinta-feira, agosto 07, 2003

"BLOGUES" EM ÁFRICA 

"Desafia-me" o Martin Pawley, questionando-me se conheço “blogues” africanos de expressão portuguesa. Não conheço ainda, mas pretendo pesquisar a sua existência.
Para já, deixo a referência aos que foram considerados os melhores “blogues” africanos nos “Blogs d’or”: alors s’il vous plaît je vous en prie e hou hou blog.
[139]

MATEUS ROSÉ – LÍDER MUNDIAL 

Com 60 anos de vida, regista um estrondoso sucesso, tendo conquistado milhões de apreciadores um pouco por todo o mundo.
O conceito da garrafa, inspirada no formato de um cantil militar, adaptada à estética do século XXI, contrasta com a sua imagem de paz e beleza, reproduzindo no rótulo o belo Palácio de Mateus.
O vinho mais famoso de Portugal (talvez não em Portugal…) é um campeão de vendas a nível mundial no seu segmento e, claro, um dos nossos maiores “embaixadores”.
Merecedor portanto desta referência especial... (é claro que não se trata de publicidade paga!).
[138]

A EUROPA DAS LÍNGUAS (IV) 

"Há países na Europa cuja política linguística se dirige exclusivamente à defesa e promoção de uma só língua, ou porque no território realmente só se fala uma língua e as diferenças linguísticas são pequenas, ou porque apesar de haver diferenças linguísticas importantes o país procura o monolinguismo como objectivo.
Os países verdadeiramente monolíngues são a excepção e não a regra. No seio da Comunidade, Portugal pode ser um exemplo, tal como a Áustria, que aderiu recentemente. No extremo oposto, e como exemplo de países que apesar de uma diversidade de facto se propõem o monolinguismo como objectivo, podemos considerar a França.
Em Portugal, como em qualquer espaço linguístico relativamente extenso, a língua culta comum a todo o país coincide com diferenças dialectais que podem relacionar-se com a história da língua, que se difundiu de norte para sul a partir da Reconquista Cristã aos Árabes e, em último lugar, com o substrato linguístico anterior à ocupação romana e difusão do latim, mas são diferenças pouco significativas. A única excepção que se pode apontar é o mirandês ou fala de Miranda do Douro, uma pequena povoação na fronteira com Espanha, onde se fala uma variante do dialecto hispano-leonês, vestígio do núcleo linguístico asturo-leonês.
Que o mirandês seja a única excepção é um indicador claro da uniformidade do espaço linguístico português. O que não significa que a língua portuguesa não tenha problemas com implicações políticas, mas estes referem-se à unidade da língua no plano internacional e aos esforços por conseguir um acordo para uma norma ortográfica comum."


“A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC)
[137]

1906 – DITADURA  

“A nomeação de João Franco para a chefia do governo dá início a uma ditadura. São suspensos os jornais “O Mundo” e “O País”.”
[136]

1906 – SÃO FRANCISCO 

“A cidade é parcialmente destruída por um terramoto de grande intensidade, que mata 700 pessoas e deixa sem tecto 250 mil.”
[135]

quarta-feira, agosto 06, 2003

65ª VOLTA A PORTUGAL EM BICICLETA 

Tem início hoje um grandioso espectáculo que percorrerá as estradas portuguesas nos próximos dias (até 17 de Agosto): a “serpente multicolor” constituída por um conjunto de “heróis” cuja capacidade de sacrifício será sujeita às mais duras provas.
Este é talvez o desporto de alta competição de maior “violência física”, pelo desgaste acumulado de realizar, diariamente, ao longo de quase duas semanas, entre 150 a 200 km de bicicleta, praticamente sem pausas para recuperação.
Ocasião para relembrar os grandes campeões: de José Maria Nicolau e Alfredo Trindade; a Alves Barbosa; ao “maior” de todos, Joaquim Agostinho; passando pelo detentor do maior número de vitórias (4), Marco Chagas; chegando ao actual responsável pela organização (Director Técnico), Joaquim Gomes (também vencedor, por duas vezes; aliás um dos últimos portugueses a triunfar, a par de Orlando Rodrigues e Vítor Gamito).
Nos últimos anos, os portugueses têm experimentado algumas dificuldades em impor-se ao enorme pelotão estrangeiro (principalmente de ciclistas espanhóis e italianos); na ausência do nosso actual melhor ciclista, José Azevedo, fica a expectativa de podermos assistir ao nascimento de um “novo campeão”.
A acompanhar diariamente. (Este ano, com uma “camisola da solidariedade”, uma iniciativa que merece aplauso, visando a recolha de fundos para prestar apoio a quem mais sofreu com os acontecimentos dos últimos dias).

P. S. Ao falar de Joaquim Agostinho, que foi, a par de Carlos Lopes, uma das maiores figuras de todos os tempos do Sporting, não posso deixar de felicitar este clube, na pessoa dos seus adeptos, no dia da inauguração do novo Estádio Alvalade XXI, um símbolo de modernidade que – polémicas à parte – deverá constituir um motivo de orgulho para todos os portugueses, comprovando que somos capazes das maiores realizações.
[134]

A EUROPA DAS LÍNGUAS (III) 

"Limitando-nos ao âmbito europeu, distinguem-se os seguintes grupos:
1) o balto-eslavo, com dois subgrupos: o subgrupo báltico – o lituano e o letão – e o subgrupo eslavo, que a partir do antigo eslavo se subdivide hoje em três subgrupos: o meridional – búlgaro, servo-croata e esloveno –; o oriental – russo ou grande russo, bielorusso ou pequeno russo e ucraniano ou russo branco –; o ocidental – checo, eslovaco e polaco.
2) o ilírico: representado hoje pelo albanês.
3) o germânico, a partir de um proto-germânico falado em tempos na Escandinávia e norte da Alemanha e do qual derivaram vários grupos actuais: o subgrupo do gótico, com o gótico, língua falada pelos Godos, …, o vândalo e o borgúndio; o subgrupo nórdico com as línguas escandinavas – o dinamarquês, o sueco, o norueguês, o islandês… -; o subgrupo do anglo-saxão, o “old english” que falavam os Anglos e os Saxões que se estabeleceram nas ilhas britânicas a partir do século V destronando os Celtas e de que descende o inglês actual; o subgrupo do alto-alemão, falado no sul da Alemanha e de que procede o alemão actual; e, finalmente, o sub-grupo do baixo-alemão, falado no norte da Alemanha e de procedem o neerlandês e o frísio.
4) o helénico: em que historicamente se podem distinguir o grego micénico, o grego helénico e os seus dialectos, o grego bizantino e o grego moderno.
5) o céltico: com o céltico continental representado pelo galo, hoje extinto, e o céltico insular ou britânico de que derivaram o galês, possivelmente o bretão e, por outro lado, o gaélico nas suas diversas formas – irlandês, escocês, córnico, manques…
6) o itálico, com as línguas osco-úmbricas, entre elas o latim, ou língua do Lácio, de que derivaram as línguas românicas – italiano, espanhol, catalão, galego e português, provençal, francês…".


“A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC)

P. S. Na sequência do “bug” do “blogspot” de ontem à noite (e se o sistema “falhasse de vez”? – desapareceria uma parte substancial da “blogosfera”…), ficaram por apresentar novos agradecimentos: ao serendipitous-cacophonies e ao the night of the hunter do Martin Pawley (um “Blogue” cuja temática é o cinema)... e ao leitor de Liverpool, que só pode ser o carimbo...
[133]

1905 – DOMINGO SANGRENTO
"Em Sampetesburgo, tropas do czar disparam indiscriminadamente contra uma manifestação pacífica e fazem centenas de vítimas. O “Domingo Sangrento”, como ficou conhecido, dá origem a sucessivas insurreições que são o ponto de partida para a revolução bolchevique de 1917."
[132]

terça-feira, agosto 05, 2003

OCUPAÇÕES 

Já aqui tinha deixado antes um “lamiré” quando escrevi que os “blogues” eram mantidos por pessoas que têm as suas ocupações, têm as suas profissões, que têm no prazer da escrita uma “ocupação paralela”, uma espécie de “hobby”.
Hoje, dei comigo de novo a pensar: seria porventura interessante conseguir apurar um levantamento das actividades profissionais dos “bloguistas”.
Qual a relação (se alguma) que a sua profissão poderá ter com a (muito boa) qualidade dos textos que temos oportunidade de ler em vários “blogues”.
Teremos muitos Escritores? Jornalistas? Professores? Políticos? Advogados? Economistas? Engenheiros? Arquitectos? Médicos? Estudantes? Donas de casa? Reformados? Trabalhadores liberais ?
(Analogamente, poderia colocar-se também a questão: “Quais as actividades profissionais dos visitantes / leitores”?).
(Outras variantes poderiam ser também analisadas, como a estrutura etária, o grau de literacia, a distribuição geográfica, ...).
Aqui e ali, vão-se abrindo umas "brechas" na tendência inicialmente predominante do anonimato, mas continua por conhecer o que fazem estas pessoas para além deste "passatempo"...
[131]

A EUROPA DAS LÍNGUAS (II) 

"Do Atlântico aos Urais, para usar uma expressão já consagrada, o panorama linguístico que a Europa oferece é certamente variado.
Começando pelo extremo sudoeste do continente, encontramos em primeiro lugar uma área de línguas românicas ou derivadas do latim, das quais quatro são línguas oficiais de igual número de Estados. O português em Portugal (9,9 milhões de habitantes); o espanhol ou castelhano em Espanha (39,2 milhões); o italiano em Itália (56,9 milhões); e o francês em França (57 milhões). Na Europa, o francês é ainda língua oficial na Bélgica (10 milhões), pois é a língua oficial da região da Valónia e coexiste com o flamengo na cidade de Bruxelas, sendo ainda língua oficial na Suíça (6,9 milhões) como língua própria de vários cantões da confederação. Na Itália, o francês é uma língua oficial juntamente com o italiano no Vale de Aosta.
Com estas línguas estatais convivem outras línguas românicas de difusão desigual. O catalão não só tem um número importante de falantes, como conta também com uma tradição literária e apoio institucional.

Em Espanha, também o galego, língua aparentada com o português, tem na Galiza (2,8 milhões) o estatuto de língua oficial a par do castelhano; também o romanche na Suíça, apesar da sua reduzida extensão, está oficialmente reconhecido e tem estatuto de língua nacional."


“A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC)
[130]

1904 – GUERRA RUSSO-JAPONESA 

“Declarada depois do ataque nipónico à frota russa estacionada em Porto Artur. O conflito termina em 1905 com a assinatura do Tratado de Portsmouth.”
[129]
segunda-feira, agosto 04, 2003

"REALITY SHOW" 

As televisões encontraram um novo filão nas "histórias" dos incêndios.
E, claro, "agarraram-se" a elas. Banalizando-as, tornando-as mais um "reality show".
Gente em desespero absoluto, em completo descontrolo, atravessa os vários "jornais da noite".
Ora, não é através da banalização, da repetição sistemática, da "exploração" das emoções que se vai resolver qualquer problema.
A informação deveria ser objectiva, precisa e concisa.
Assim, estamos a transformar isto em mais um "espectáculo", como se de um filme (algo de irreal ou ficcional) se tratasse - como se fosse uma coisa longínqua, que só a outros diz respeito.
Não é assim que os portugueses vão adquirir consciência das reais implicações desta tragédia.
É que isto é mesmo real. E desesperante.
Mas só pode aperceber-se do seu impacto real quem está a viver, dia a dia, na angústia, no pânico de ela lhe "tocar à porta".

P. S. Na fria linguagem dos números, que não deixa de ser “eloquente”, foram mais de 40 minutos na RTP1; mais de 50 minutos na SIC; mais de 1 hora (!) na TVI; honra lhe seja feita, apenas 20 minutos na SIC NOTÍCIAS, com a cobertura mais sóbria, mais serena, mas simultaneamente mais profunda, sem apostar na “superficialidade” do dramatismo das imagens.
[128]

TAÇA AMÉRICA 

É grande a expectativa com que é aguardado (apenas previsto para Dezembro) o anúncio do vencedor da candidatura à organização da mais famosa prova de vela do mundo, a “Taça América”, que reunirá 17 equipas concorrentes (16 “desafiantes” e o “defensor” do título).
Pertencendo o vencedor da última edição da prova à Suíça (país sem mar), perfilam-se como principais candidatos – para além de Lisboa – as cidades espanholas de Valência e Palma de Maiorca, a italiana de Nápoles e a francesa de Marselha.
O investimento necessário à eventual organização em Portugal desta competição deverá ser suportado por verbas públicas, assim como pelo projecto imobiliário planeado para Pedrouços / Algés, respeitando à melhoria das infra-estruturas dos dois locais centrais da competição, a Doca de Pedrouços e a Marina de Cascais.
O principal impulsionador da candidatura portuguesa é Patrick Monteiro de Barros, estimando-se um impacto económico da eventual organização da prova em Portugal de cerca de 1 500 milhões de euros.

P. S. Je veux remercier Iokanaan par la référence faite sur son blog (article "Une fenêtre sur le Portugal"). Aujourd'hui, les blogs portugais montent déjà à environ 1 600.
[127]

A EUROPA DAS LÍNGUAS (I) 

A partir de hoje, introduzo uma nova “secção” – também bastante difundida noutros “blogues” –, neste caso, a do “Livro do Mês”: todos os meses, em sucessivas “entradas” (ao longo de uma semana), pretendo proceder à apresentação / divulgação de um livro.
Para começar, na sequência do que foi um pouco o percurso deste “blogue” no seu primeiro mês, inicio mais esta “viagem” com “A EUROPA DAS LÍNGUAS”.

“Mais do que nunca, não basta duas pessoas sentarem-se, uma diante da outra, para tratar de qualquer assunto. Precisam de usar uma língua que seja compreensível para ambos, pois não será possível chegarem a um acordo, sem tal recurso, isto é, sem recorrer a uma língua que se torne “comum”.
Numa Europa que tem a pretensão de ser cada vez mais unida – mas uma Europa em que a diversidade linguística é de uma riqueza extraordinária –, o problema assume uma importância que poderá ser decisiva, para bem ou para mal, tornando-se indispensável conhecer e compreender toda a realidade que lhe está subjacente.
É tendo em vista tudo isto que o livro do Prof. Miquel Siguan surge como um precioso instrumento de trabalho, mostrando-nos as raízes históricas e as consequências políticas da diversidade linguística da Europa. Mas não só: também as formas de vida nas sociedades em que convivem línguas diferentes, a influência do desenvolvimento técnico sobre a evolução dessas mesmas sociedades e a tendência para fazer de determinadas línguas um veículo de comunicação entre comunidades diferentes.”


É desta forma que é apresentado pelo editor, o livro “A EUROPA DAS LÍNGUAS”, de Miquel Siguan (coedição da Terramar com a SILC – Sociedade de Intercâmbio de Línguas e Culturas, com publicação original em 1996).
Um livro estruturado em torno dos seguintes grandes temas: Raízes históricas; Línguas nacionais e nacionalismos linguísticos; Unidade e diversidade – As políticas linguísticas dos Estados europeus; Línguas e sociedade na Europa; Línguas de comunicação internacional; Política linguística das instituições europeias; e Línguas e ensino na Europa.
Ao longo dos próximos dias, apresentarei alguns interessantes extractos desta obra.

P.S. A propósito desta temática, não posso deixar de fazer uma remissão para um excelente “post”, no margaritas a los cerdos.
[126]

1903 – VOO NUM AEROPLANO 

"Os americanos Wilbur Wright e seu irmão Orville realizam, com a ajuda de um motor a gasolina, o primeiro voo num aeroplano, na Carolina do Norte (EUA)."
[125]

domingo, agosto 03, 2003

CALAMIDADE 

Este é um assunto sério.
A calamidade parece não ter um fim à vista.
"O país está a arder".
É aterrador.
Os bombeiros estão esgotados e não têm meios.
Será que ninguém pode fazer nada para evitar que isto continue?
[124]

“LÉXICO BLOG”  

O tema tem sido já discutido neste “fórum”, em particular no que respeita à tradução de “Post” (tendo sido sugeridas nomeadamente as seguintes equivalências: “Poste”, “Posta” – sendo inequívoca a minha preferência por “Entrada” ou “Artigo”).
Aqui deixo também uma pequena “contribuição” para a constituição de um “Dicionário” dos “blogues”:

Arquivo” – Agrupamento, geralmente por ordem cronológica, de todas as “entradas” e “artigos” de um “blogue”. São geralmente acessíveis a partir da página principal. Podem ser também organizados com base em índices temáticos.

Artigo” – Texto publicado num “blogue”, tendo por característica ser mais longo que “Entrada” e reflectindo, de alguma forma, uma linha editorial ou opinião do autor.

Blogar” – Acção de editar um texto num “blogue”. Por extensão, acção de ler “blogues”. Em inglês, “blogging”.

Blogável” – Tema ou assunto que é susceptível de ser tratado num “Artigo” ou “Entrada” de um “blogue”.

Blogofobia” – “Aversão” ou reticência aos “blogues”.

Blogolista” – Relação de “links” para outros “blogues”. Em inglês, “blogroll”.

Blogosfera” – Conjunto de todos os “blogues”; os “blogues” enquanto “comunidade”.

Blogue” – Adaptação do inglês “blog” (contracção de “weblog”): forma de escrita “online”, caracterizada geralmente por um formato de coluna única, compreendendo um conjunto de textos / fotos, ordenados cronologicamente (geralmente por ordem cronológica inversa), frequentemente actualizada, normalmente com uma coluna lateral (de “links” ou outros destaques). Caracteriza-se pela “liberdade editorial” do autor “(bloguista”).

Bloguista” – Pessoa que publica um “blogue”. Por extensão, pessoa que visita “blogues”.

Categoria” – Forma de agrupamento de “artigos” ou “entradas”, com base no respectivo tema. Em inglês, “category”.

Comentário” – Funcionalidade disponível em alguns “blogues”, possibilitando ao leitor emitir uma opinião, apresentar uma sugestão ou responder a uma questão.

"Contador" – Ferramenta que permite obter informações sobre o número de visitantes e páginas visitadas.

Datador” – Texto incluído na maior parte das “entradas” ou “artigos”, com referência à data e hora de edição.

Diarista” – Autor de um “diário” de carácter pessoal.

Entrada” – Texto publicado num “blogue”, tendo por característica ser mais curto que um “artigo”. Em inglês, “post” ou “entry”.

Fotoblogue” – “Blogue” cujas “entradas” são compostas essencialmente por fotografias.

Geolocalização” – Estudo “demográfico” da “localização dos “blogues”.

Hiperligação” – Ligação hipertexto (“link”).

Ligação cruzada” – Ligação hipertexto a outro “blogue” que faça também referência ao mesmo “blogue”.

Metablogue” – “Blogue” cuja temática é a actualidade da “blogosfera” e o estudo do fenómeno dos “blogues”.

[123]

TIMOR-LESTE 

A primeira nação do século XXI atravessa naturais dificuldades, associadas ao início de uma longa “caminhada”, no sentido da criação das infra-estruturas mínimas.
O Prémio Nobel e Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ramos Horta, faz o diagnóstico da situação, apontando os pontos positivos e os aspectos a melhorar no desenvolvimento do seu país.
Do lado dos pontos positivos, destaque para a melhoria dos indicadores de saúde, a fixação das fronteiras marítimas e o avanço do processo de preparação da exploração de petróleo.
Nos aspectos a melhorar, salienta-se a ineficácia do sistema judicial (uma prioridade), para além da falta de um quadro legal relativamente ao investimento estrangeiro e às sociedades, do Código Comercial e lacunas a nível das leis laborais.
Para conhecer melhor a situação actual deste país, remeto para um bom “blogue”, mantido por Paulo Gorjão.
[122]

TEXTOS PRÉ-BLOGUES / “DN JOVEM” (II) 

Outro texto seleccionado para publicação, o qual, contudo, por circunstancial “falta de espaço” acabou por ficar na “gaveta”… Até hoje! (Como não existe o conceito de “falta de espaço” na Internet, este texto velhinho de quase 15 anos, pode ser hoje divulgado ao mundo; obviamente, a título de curiosidade “histórica” pessoal).

Acabo de ler o DN Jovem e estou triste. Uma descarga de matéria poluente no Rio Nabão provocou a morte, na cidade, de Tomar, de inúmeros peixes, causando graves danos à fauna e flora do curso fluvial.
Assomam-me ao espírito, os casos da Ria Formosa ou do Alviela e continuo triste. A mesma tristeza que sinto ao olhar o Tejo, em Lisboa. Quem se recordará dos golfinhos do Tejo, hoje em dia? Infelizmente, os jovens não tiveram o prazer de os observar. Por culpa do Homem.
Por associação de ideias, lembro-me de Chernobyl e interrogo-me se os homens estarão conscientes do que está a acontecer.
É urgente reflectir e passar à acção. Cabe aos agentes económicos, a todos nós, a prevenção destes casos e a criação de condições que evitem a sua repetição.
Em primeiro lugar, o Estado, por via da sua faceta legislativa, é responsável pelo acautelar dos interesses do ambiente, devendo sensibilizar os indivíduos para estas questões e contribuir para a resolução dos problemas.
Contudo, o papel das empresas não pode ser o de remeter para o Estado, a criação de infra-estruturas despoluentes. São elas que têm de procurar novas formas de produzir, preservando a natureza, recorrendo a energias alternativas, como a energia solar, por exemplo. Por sua vez, os resíduos da produção deveriam se encaminhados, não para os nossos rios, mas para centrais de tratamento de detritos.
Um indicador positivo é o facto de, a nível empresarial, se começar a conceder relevo à defesa do ambiente, pelo menos em termos de promoção, em que, a par do realce da qualidade do produto, se destaca as suas características não poluentes, o que constitui uma nova fase, conhecida por “societal marketing concept”, ou seja o marketing que visa corresponder à responsabilidade para com o meio social em que a empresa se insere.
Também as famílias, no seu dia-a-dia, têm um papel importante na defesa do ambiente em que vivem. Até porque o reciclar de produtos já sem utilidade, terá dupla finalidade; além de preservar a vida na Terra, poderá trazer contrapartidas económicas (recordem-se as campanhas de recuperação do vidro e do papel).
Acima de tudo, é imperioso que se abandone a ideia de transferir as soluções dos problemas de hoje para amanhã, adiando-as “sine die”, indefinidamente.
Mais importante que pedirmos socorro, teremos de socorrer-nos a nós próprios. E, por vezes, seria tão fácil…


A esta distância, não me parece que esteja muito desactualizado…

P.S. Como bem lembra o Rui Branco, também “passaram” pelo “DN Jovem” (entre muitos outros, e para além do próprio), José Mário Silva, Pedro Lomba e Tiago Rodrigues.
[121]

1902 – REFLEXO CONDICIONADO 

“O fisiologista russo Pavlov apresenta em Madrid, durante o Congresso Médico Internacional, a noção de reflexo condicionado.”
[120]

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